Kintsukuroi: o que podemos aprender com essa arte milenar.
A vida é sujeita a falhas e perdas, algumas das quais parecem irreparáveis. Devemos escondê-las, descartá-las ou repará-las?
No Japão, existe uma arte se chama Kintsukuroi, uma palavra que significa “reparo com ouro”. Ela é inspirada na antiga arte homônima com a qual se restauram as cerâmicas deixando à mostra as quebradas embelezadas com ouro. Elas mostram sua beleza destacada pelo ouro.
Os japoneses colam objetos quebrados e preenchem as rachaduras com ouro. Por trás dessa arte é a crença de que quando as cerâmicas se quebram, elas não perdem seu valor.
Kintsukuroi é uma filosofia, a aceitação do imperfeito e defeituoso. Quando algo sofre algum dano, há conserto, e vale a pena repará-lo. Ao consertá-lo, ele mostra seu valor único e sua beleza especial. E passa a valer mais do que antes. Somos quebrados e rachados pelas perdas e feridas na vida, principalmente aquelas causadas pelas pessoas que mais amamos e devem nos amar. Ou sentimos menos valiosos por causa dos próprios erros e defeitos, falhas e derrotas.
As imperfeições muitas vezes escondidas e desvalorizadas são matérias-primas para uma vida de grande valor. Delas surge uma riqueza inestimável de uma beleza única. A aceitação das cicatrizes da vida é uma fonte de aprendizagem e uma arte de celebrar a vida. Reparar ao invés de tentar esconder ou descartar. Embelezar e valorizar a vida. Sempre!
As nossas perdas e feridas nos ensinam a arte de viver a vida e de viver mais forte e mais feliz! 🌱
"Somos feitos de todos os nossos momentos. Tristezas, alegrias, choros, risos, dificuldades, vitórias, medos, certezas...tudo isso nos torna quem somos e acolher cada uma dessas vivências e entender que elas nos fizeram chegar até aqui, nos possibilita uma honestidade maior com quem tanto importa: nós mesmos!"
Trícia Ferreira 🌻
Psicóloga Clínica CRP 10/02488
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