Adolescente em terapia, família ativa - por Priscila Soares
Muitas vezes o adolescente chega ao consultório de psicologia como último recurso que os pais/responsáveis encontraram como ajuda diante situações que já os desafiaram demasiadamente, esta preocupação se revela em inúmeras tentativas, muitas vezes frustradas, de reverter a situação que se apresenta.
Após inúmeros conflitos familiares/escolares e tentativas de diálogo a família chega ao consultório. É possível perceber nos primeiros atendimentos com os pais o quanto estão sensibilizados com a situação do adolescente, e a ida ao psicólogo (a) se transforma na grande esperança de resolução para as dificuldades que o adolescente vem apresentando.
Sim, quando pedimos ajuda a qualquer profissional depositamos expectativas sobre ele, porém a psicoterapia é um processo em que não existe resultado imediato, em que a participação/colaboração familiar se torna imprescindível. Essa notícia pode surgir como uma bomba aos ouvidos de quem tem pressa pra ver seu adolescente melhorar, contudo a psicoterapia requer que todos os envolvidos estejam disponíveis ao processo, isto é, dispostos a olharem pra si, refletir, aprenderem juntos e a encontrarem novas formas de lidar com os conflitos que surgem.
Entramos, então, em um passo muito importante: de convidar a família a se perceber como parte fundamental do processo terapêutico com o adolescente, em muitos casos, é importante que os responsáveis também procurem apoio psicológico individualizado com outro profissional, uma vez que eles também estão imersos numa realidade que lhes gera grande sofrimento, além de ser uma excelente oportunidade para trabalharem suas questões psicoemocionais que tendem a emergir nas situações mais difíceis do dia a dia com o adolescente.
Diante o contexto terapêutico com o adolescente o psicólogo é o profissional que vai facilitar esse ‘encontro’, o diálogo e a cooperação entre a família e adolescente, sempre estimulando a criatividade e a autonomia destes. Por isso quando pensamos em psicoterapia com adolescente, pensamos na participação familiar ativa, quando todos se dão as mãos e cada um cumpre a sua parte no processo, a caminhada, mesmo com os desafios, pode se tornar mais suave.
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